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ARIOS IV ACCIPITER

   Arios IV Accipiter, “O Pacífico”, foi o segundo filho de Digon Accipiter. Devido à pouca idade do jovem, que tinha apenas nove anos quando o pai foi morto, e a partida de seu irmão para as Terras do Sol. O Accipiter teve somente a companhia da mãe em quesitos familiares por muito tempo. A solidão e a visão triste de sua mãe, que precisava carregar o império sobre os ombros, ajudaram a criar no menino o desprezo pela guerra. Após a notícia da morte de Dilon, a imperatriz não conseguia mais viver, as perdas do filho e do esposo e o desprezo de muitos nobres que não aceitavam uma mulher governando Dascre, a levaram ao suicídio, deixando Arios IV como novo imperador. Sua coroação foi cercada de vassalos de todo o continente. Alguns exigiam uma nova incursão contra o Reino de Sinfia e outros pediam a paz, era claro que o continente estava dividido. Sem surpresa, Arios IV atendeu ao armistício. Durante dois anos um acordo de paz foi construído, a Terra das Montanhas e a região de Lemar permaneceriam independentes como vassalos dos Accipiters, enquanto a ilha de Cílica e o Mar das Dunas ficariam sob o controle sinfio. Mesmo que tal pacto desagradasse alguns dascreanos e sinfios, a guerra entre as duas potências precisava de uma pausa.

  

   Após o fim do conflito, Arios IV tratou de agradar o grupo que desejava a guerra, desposando a filha do regente de Rofler, principal líder dos dilonistas, como ficariam conhecidos aqueles que desejavam a guerra com o Reino de Sinfia. Durante anos a paz se manteve, mas alguns acidentes diplomáticos e pequenos confrontos entre navios de Dascre e das Terras do Sol pareciam levar as duas regiões a um novo confronto. O imperador várias vezes contou com Fatios Sabelo, regente de Rofler, para conter os dilonistas, entretanto, nem o velho nobre pode impedir o crescimento do sentimento de vingança em Litius Bigali, segundo filho de Veron Bigali, morto em Halah. O jovem diamantino era o segundo na linha de sucessão para governar Cemoa, e embora seu irmão fosse um fiel aliado de Arios IV, Litius já atacara dezenas de vezes navios sinfios indiscriminadamente. O momento de maior tensão aconteceu quando Litius e seus homens atacaram um comboio sinfio que levava a filha mais nova do Fathari, a perda da criança levou o governante a ignorar a trégua e preparar sua frota para invadir Cemoa. Arios IV então, foi para a cidade, tentando uma última negociação com os sinfios para evitar a guerra. Enquanto os dois líderes discutiam, Fatios reunia os exércitos imperiais para lutar. Entretanto, Sir Thomas Tarred, fiel defensor de Arios IV, tinha outros planos. Secretamente, o ilhéu matou todos os envolvidos no ataque ao comboio sinfio, entregando suas cabeças ao Fathari. A prova de que os assassinos de sua filha estavam mortos fez o sinfio recuar fazendo com que a paz continuasse.

  

   A morte de Litius e seus comandados estremeceu a relação entre os dilonistas e a coroa, muitos acusaram Arios IV de trair seu povo. Se não fosse por Fatios, que se colocou ao lado do imperador, a guerra civil teria se iniciado. O retorno da paz não foi como o esperado, mesmo que os confrontos entre dascreanos e sinfios tivessem cessado, o ambiente era de apreensão. A coroa não mandava mais em todos os nobres, a influência de Fatios crescia, até mesmo entre os mais próximos do imperador. Foi apenas com a morte do montanhês que os dilonistas recuaram em sua oposição a coroa, devido a falta de um líder absoluto, mas Fatios já havia cumprido seu objetivo, já instigara a vingança no coração da próxima geração. Os anos que se seguiram foram de calma. Arios IV aproveitou esse período para construir várias estradas que ligavam o império, aquedutos e investimentos na agricultura fizeram um aumento na oferta de alimentos e até alguns liceus e centros de estudos foram construídos. Na área militar, Sir Thomas Tarred e outros oito cavaleiros criaram a Ordem dos Guardiões com o objetivo de proteger o imperador, o império e a paz. Arios IV fez a vida florescer novamente no império. O fim de seu governo se deu devido a uma doença, já na velhice.

 

   O imperador Arios IV governou por quarenta anos, um período de medo e turbulência inicialmente, mas que no fim foi de vital importância para o crescimento e desenvolvimento do império. Seu legado material seria por décadas aproveitado por seus sucessores, mas a ideia de paz e união defendida por Arios IV sem derramar uma gota de sangue seria desfeita rapidamente. A coroa encararia uma nova perspectiva dos sinfios, uma perspectiva dilonista.

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