Dreler Accipiter, “O Príncipe dos Mares”, era o segundo filho de Cláudio Accipiter. Era parecido com o irmão mais velho ao montar excelentes planos de batalhas e na lealdade que recebia do exército. Além disso, herdara do pai uma excelente habilidade política, acabando com disputas e brigas usando poucas palavras e uma mente brilhante. Sabia o exato momento de agir e de conversar.

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   Após o assassinato do antigo imperador, Dreler ascendeu ao trono com grande apoio dos diversos setores da sociedade que viam no novo líder um equilíbrio de personalidade maior que nos antecessores. Para mostrar que honraria o reinado de seu irmão, o novo soberano exigiu continuar a ser chamado de príncipe, ao invés de imperador, algo que foi seguido pelos vassalos e súditos. Estabelecido no trono, o Accipiter começou a por em prática os planos expansionistas desenvolvidos por seu irmão.

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   A primeira batalha se deu contra as Ilhas da Chuva, que naquele momento detinham o controle da navegação entre o Mar dos Três Reinos e o Mar de Gelo, o que gerava grandes riquezas para as ilhas. Liderando uma armada de noventa navios, Dreler ambicionava tomar as Ilhas da Rainha Ana, ao norte do arquipélago, para iniciar de lá a conquista das demais. Para desembarcar era necessário primeiro vencer a invencível armada dos ilhéus, uma frota formada por mais de trezentos navios unidos, de todas as cidades da região, sob o comando de Jonh Tarred, rei das Ilhas da Chuva e regente de Neros. Mesmo com Fobras queimando diversos navios foram necessários três batalhas e doze dias de confrontos para a vitória da frota Accipiter. Derrotados no mar, os ilhéus encaravam seu pior pesadelo, uma invasão terrestre.

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   Com as Ilhas da Rainha Ana asseguradas e a armada ilhoa em pedaços, o exército Accipiter iniciou a invasão pelo norte da maior e principal ilha. Jonh Tarred ainda tentou reunir uma tropa terrestre para conter a invasão nas praias brancas, mas o apoio de um dragão se mostrou decisivo para os invasores. As baixas dos nativos remontam entre oito e doze mil homens, enquanto os Accipiters só perderam três mil homens. Com o orgulho destroçado e os exércitos destruídos, a maioria das casas nobres se rendeu, incluindo os Tarred. Dreler sabendo da importância de Neros para o controle dos mares poupou os rendidos e concedeu a Jonh o título de governador das Ilhas da Chuva, respondendo apenas ao próprio imperador. A guerra já estava quase no fim, apenas os Wiskin de Birming resistiam. Com o intuito de acabar logo com a matança e mostrar que nada podia contra os Accipiters, o imperador pediu a Fobras que queimasse Birming, o que o dragão de fogo fez sem dificuldade. Sem condições de continuar a lutar, os Wiskin finalmente se renderam, embora o desejo de continuar a lutar persistisse. Pela primeira vez as Ilhas da Chuva teriam um governante estrangeiro.

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   Com o controle do mar, Dreler retornou para Rivos buscando descanso e o contato com a família, enquanto Fobras e tropas especiais do exército exterminavam os dragões que viviam nas ilhas. A paz durou dezessete anos. O controle dos mares rendeu rios de dinheiro para a Terra do Fogo e os dragões nas Ilhas da Chuva já eram histórias do passado. Agora, mais velho e com quatro filhos, Dreler desejava novas conquistas, dessa vez ao sul, em Iliria. Entretanto, os anos de sossego não lhe fizeram bem. Relaxado, o imperador não conseguiu se adaptar a vida na frente de combate, relegando a maior parte dos confrontos a seu primogênito Draner e outros subordinados. As batalhas contra os ilirianos eram muito diferentes das contra os ilhéus. Usando uma cavalaria veloz e arqueiros escondidos nas florestas, o “Príncipe dos Mares”, não conseguia mais lutar como no passado. Na batalha pelo controle da cidade de Oten o monarca acabou morto com uma flecha que cruzou seu coração. Mesmo com sua morte Draner guiou os exércitos e conquistou a cidade.

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   O imperador Dreler Accipiter governou por vinte anos. Com uma personalidade mais equilibrada que seus antecessores, foi possível a conquista das Ilhas da Chuva e uma relação pacífica com elas após os confrontos. Mas no fim de sua vida a balança pesava para o lado político do pai, o que causou sua morte na batalha de Oten. Embora não tendo participado ativamente, a conquista do norte de Iliria é dedicada a Dreler. Seu reinado trouxe ouro e glórias para os Accipiters, diferente de seu sucessor que traria sangue e morte.