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STEINER ACCIPITER

   Steiner Accipiter, “O Traidor”, era o segundo filho de Arios IV, de personalidade política e astuto para o comércio. Diversas vezes se mostrou contrário às expansões militares do irmão e a seus gastos exagerados com o exército imperial. Defendia que a paz deveria reinar em Dascre através de alianças políticas. Tendo suas ideias ignoradas por Digon II e ambicionando a coroa, Steiner e seu irmão mais novo Arlam tramaram contra o imperador e sua família. Com um golpe de estado, Steiner tomou a coroa. O imperador Digon II foi envenenado na Terra das Montanhas, ao mesmo tempo que seu primogênito era esfaqueado enquanto dormia em Rivos. Tudo encenado para que a culpa caísse sobre os sinfios. O segundo filho de Digon II, Arthur Accipiter, que estava junto do pai escapou do atentado contra sua vida, entretanto, ficou gravemente ferido após a batalha. A esposa e as filhas mais novas do falecido imperador foram trancafiadas no palácio imperial, sem poderem se comunicar com outros nobres. Seguindo a linha de sucessão, Steiner se coroou imperador, recebendo principalmente o apoio da facção pacifista e da casa Rolios, família de sua esposa.

  

   Enquanto em Rivos Steiner aproveitava o poder, em Maror o príncipe Arthur se recuperava da batalha, escondido e protegido pela família Juquilo e por um grupo de homens fiéis a ele. Um ano após o golpe, Arthur Accipiter estava curado e pronto para vingar sua família. Enviou mensageiros para todo o continente, na intenção de conclamar os nobres para Maror para ajudá-lo a recuperar a coroa. A notícia de que o filho de Digon II estava vivo, e, portanto o verdadeiro imperador, fez o apoio à coroa de Steiner ruir. Na tentativa de manter seu poder, Steiner enviou emissários para reunir seus apoiadores para se prepararem para a guerra, entretanto poucos vieram. Muitos comandantes, tropas imperiais e guardiões se amotinaram para lutar pelo verdadeiro imperador e a maioria das casas nobres também optaram por seguir o herdeiro de Digon II, fosse por lealdade ou por medo do que Arthur poderia fazer a eles. Ainda houve aqueles que se omitiram da batalha, não se arriscando a apoiar um dos lados, dentre eles estava Fobras que se recusou a lutar por qualquer um dos monarcas.

  

   Em alguns meses os dois exércitos se encontraram na planície dos Cavalos Livres, em Iliria. Liderando o exército imperial estava Arlam, seguido por pouco mais de seis mil homens, uma tropa pequena se comparada aos dezoito mil soldados sob o comando de Arthur. A luta durou poucas horas e a vitória coube a Arthur. Sem misericórdia, o príncipe matou Arlam e os nobres que o seguiam e enviou seus corpos mutilados de volta às suas respectivas cidades, o que fez os últimos apoiadores de Steiner abandonarem o imperador. Com seu irmão morto, a cidade de sua esposa sitiada no Sul e com poucos soldados para defendê-lo em Rivos, Steiner se voltou para o Norte, buscando o apoio dos lordes nortistas para derrotar o sobrinho. A negociação para a ajuda foi rápida e cruel. Em troca dos exércitos nortistas, a coroa deveria oferecer um terço das Terras do Fogo a nobres nortistas, garantir que todas as despesas militares fossem pagas pelo tesouro imperial e que as mercadorias nortistas vendidas para o império não seriam taxadas. Sem saída, Steiner aceitou as imposições do Norte.

  

   O exército nortista se movia para Rivos pronto a acudir Steiner. Enquanto isso, Arthur cercava a cidade sem poder invadi-la, já que isso arriscaria as vidas de sua mãe e irmãs, ainda presas na metrópole. A cada dia os exércitos nortistas se aproximavam do campo de batalha, fazendo Arthur tomar medidas drásticas. Ele enviou três de seus melhores e mais fiéis homens para invadirem a cidade e libertarem sua família, enquanto as tropas regulares fariam um ataque contido para distrair os defensores. Cumprindo suas expectativas, seus familiares foram libertados, mas apenas um de seus comandados retornou. Sem precisar conter seus soldados, Rivos foi invadida e todos os homens leais a Steiner foram mortos. O imperador, entretanto, teve a vida poupada, sendo jogado no calabouço após a derrota. Os exércitos do Norte ao saberem da captura de Rivos abandonaram a Terra do Fogo, sem, entretanto, deixar de saquear e pilhar as fazendas e cidades pelas quais passavam, o que gerou uma rixa entre os Accipiters e os nortistas. No Sul, a cidade de Catios, sede da família Rolios, fora tomada, a maior parte de suas terras e riquezas seriam dadas aos vassalos de Arthur naquela região, o que levou a secular dinastia quase à miséria. Quando a família de Steiner foi trazida a Rivos, o imperador deposto foi forçado a ver seus filhos serem esfaqueados e envenenados, enquanto a mulher teve os braços e pernas cortados para que ficasse igual ao símbolo de sua família, "a cobra vermelha". Após a morte de seus familiares Arthur decretou a punição de Steiner, suas mãos seriam cortadas, seus olhos queimados e sua língua arrancada. A severa punição foi aceita por quase todos os lordes, que viam na traição o pior dos crimes. O resto da vida de Steiner se passou dentro das masmorras, sem contato com qualquer pessoa. Com o tio derrotado, Arthur Accipiter foi coroado imperador. Como o pai, seu reinado seria marcado por batalhas e traições.

 

   O imperador Steiner Accipiter governou por três anos. Sua traição contra o irmão é um dos momentos de maior vergonha para os Accipiters. Para alguns, ele nem deveria carregar o título de imperador. Seu curto reinado serviu apenas para adiar o processo de unificação do continente e mostrar que Dascre nem sempre seguiria o verdadeiro imperador.

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