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WILAM ACCIPITER

   Wilam Accipiter, “O Grande”, ascendeu ao trono com dezenove anos, após o assassinato de seu pai. A primeira medida que o jovem imperador tomou foi reunir seus vassalos para acabar com desavenças passadas devido às guerras de unificação. Com o apoio de sua mãe, Joana Tarred, as Ilhas da Chuva apoiaram o jovem. Para conseguir uma relação mais próxima com os ilirianos, o imperador propôs casamento à filha do regente de Pirs e o governador aceitou. Com as três regiões, Terra do Fogo, Ilhas da Chuva e Iliria, unidas como nunca, Wilam decidiu continuar a unificação de Dascre.

   O próximo objetivo era a Terra das Planícies, uma região de campos verdes e longas florestas que no passado fizera parte de Iliria. Assim como a região vizinha, as ordens de cavalaria eram fortes entre o exército, fazendo com que os dois territórios rivalizassem sobre quem tinha os melhores cavaleiros. Diferente dos antepassados, Wilam não tentou conquistar aquela terra através de seus exércitos, mas sim com um acordo. Desde a Era das Quatro Cidades, a Terra das Planícies era assolada por dragões de ar que tinham na velocidade uma de suas maiores armas, para matar tais criaturas eram necessários centenas de soldados. O Accipiter, então, propôs uma união com os planares. Em troca da ajuda de seus exércitos e de Fobras para acabar com as feras, a Terra das Planícies se curvariam sob sua coroa. Embora muitos lordes duvidassem que o estrangeiro conseguisse, a proposta foi aceita. Após quatro anos de caça, os dragões de ar estavam extintos na região. Cumprindo o acordo, o rei da Terra das Planícies se ajoelhou perante o imperador de Dascre, tornando a Terra das Planícies uma nova província do Império Accipiter.

   Cansado da campanha, o imperador voltou para Rivos permanecendo três anos na cidade, entretanto, seus planos de conquista continuariam. Seu novo alvo era a região Sul, tida como impossível de ser dominada devido as inúmeras montanhas que a cercavam. Vários exércitos já haviam tentado incursões contra aquela terra, mas todos só conheceram a derrota. Entretanto, nenhum deles tinha um dragão como aliado. Fobras foi ordenado a destruir a fortaleza de Arach, um grande castelo entre as montanhas que guardava a principal passagem para o Sul, embora seus ocupantes tenham exercido implacável resistência, o forte acabou destruído. Rapidamente as cidades sulistas se reuniram para defender sua liberdade contra os invasores, mas ao invés de uma tropa estrangeira, apenas um cavaleiro solitário veio ao encontro dos 8 mil defensores, o próprio imperador Wilam Accipiter. Com uma estratégia arriscada, o soberano pediu aos lordes locais para se renderem, evitando assim mais mortes. A coragem do Accipiter, a queda de Arach e a devastação que um dragão de fogo poderia fazer às suas cidades, obrigaram os nobres a se renderem, com a promessa de que suas terras e títulos seriam respeitados. Em poucas semanas a região que não poderia ser conquistada, caiu sob o poder Accipiter, com apenas três mil homens mortos em batalha.

   A fama de excelente estrategista de Wilam logo se espalhou. Temendo uma invasão às suas terras, Vilio Pinali, rei da Diamantina, agiu primeiro ordenando um ataque a Terra das Planícies. Sem perder tempo, Wilam reuniu seus soldados para impedir os diamantinos. Os dois exércitos se encontraram no Campo Vermelho. Do lado imperial cinquenta mil homens eram comandados por Wilam Accipiter, enquanto no lado diamantino quarenta mil seguiam Ceros Tarquin, o “Cavaleiro de Diamante”. Entretanto, todos esses homens apenas assistiriam ao confronto de duas lendas. Wilam Accipiter mais uma vez mostrou a Dascre sua coragem, desafiando Ceros a um duelo até a morte, o vencedor seria proclamado rei da Diamantina. Embora Ceros não fosse o soberano da região, Vilio aceitou, sabendo que o melhor cavaleiro de Dascre não seria derrotado. Os dois combatentes, então, se encontraram entre os exércitos, e se enfrentaram. Em uma longa batalha o imperador de Dascre derrotou o “Cavaleiro de Diamante”, conquistando a região Diamantina e todos os tesouros que lá haviam. Imaginando que os diamantinos poderiam se rebelar no futuro, o Accipiter prometeu que seu primogênito se casaria com a filha de Vilio, aproximando assim as duas linhagens e começando uma aliança que duraria séculos.

   Após assegurar a região, o Accipiter voltou para Rivos. Entretanto, uma doença rara o atingiu enquanto estava em Dira, uma praga que deterioraria pouco a pouco seu corpo. Mesmo os melhores médicos não conseguiam encontrar a cura, apenas conheciam formas de atenuar e retardar os sintomas. Durante quinze anos Wilam Accipiter conviveu com a doença, perdendo o controle de seus membros e sentindo a falência de seus órgãos, aguentando uma dor que nenhum homem ou fera resistiria. Aos quarenta e sete anos, Wilam Accipiter, "O Grande" faleceu.

   O imperador Wilam Accipiter governou por vinte oito anos. Unindo territorialmente várias regiões e famílias que até então se odiavam. Suas estratégias e coragem para preservar a vida ajudaram a limpar o passado assassino de seu pai e a trazer um novo espírito de união entre as diferentes regiões. Sua doença o consagrou como um homem que daria a vida por uma Dascre unida e justa. O título "O Grande," como ficou conhecido, não se refere apenas aos atos que fez em vida, mas também ao legado que deixou.

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