Draner Accipiter, “O Cavaleiro Dragão”, era o primogênito de Dreler Accipiter. Um excelente guerreiro e comandante, entretanto, também era um homem gentil, muito próximo da família e que primava pela vida. Quando a invasão de Iliria começou, o rapaz foi obrigado a comandar as tropas imperiais devido a incapacidade do pai para enfrentar o novo inimigo, embora desejasse, realmente, manter a paz. Por não ser favorável a confrontos, o Accipiter raramente se encontrava no campo de batalha, preferindo delegar o controle do combate a seus subordinados. Todavia, isso mudaria após a batalha de Oten. Como de costume, o rapaz esboçou seu plano para capturar a cidade iliriana, mas dessa vez o imperador faria parte da incursão, já que aquela era a última resistência do norte da região. Ao fim da batalha, a "Pérola Negra", como Oten era conhecida, fora tomada e muitas vidas foram perdidas, inclusive de Dreler e do irmão mais novo do futuro imperador. A visão daquela carnificina e a perda dos familiares marcariam para sempre o príncipe. Devido a essas mortes, sua mãe foi consumida por uma forte depressão e viveu o resto de seus dias isolada e afogada na mais densa tristeza. Depois dessas duas tragédias, o jovem gentil e atencioso seria substituído pelo homem amargurado e violento.

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   Após sua coroação, o novo imperador reuniu os exércitos imperiais e marchou para o sul para tomar as terras livres de Iliria. Sua repulsa ao campo de batalha sumira, agora aquele lugar de medo e agonia era seu novo lar. Já não sentia mais piedade pelos que o enfrentavam e perdiam. Quem resistia as suas legiões era morto e a gentileza, que antes fora a marca do jovem, minguara. Centenas foram mortos sob sua espada e outros milhares por seu exército. As cidades que impediam sua entrada eram queimadas. Em pouco tempo Draner Accipiter não era mais conhecido como "O gentil", mas como "O Cavaleiro Dragão". Alguém que carrega a morte por onde passa. Embora as ações do imperador intimidassem seus subordinados, os ilirianos eram diferentes. Os nobres cavaleiros, como eram conhecidos os guerreiros daquela região, nada temiam. Estavam sempre prontos a enfrentar o desconhecido e a preservar suas tradições, assim Iliria resistiu durante nove longos anos. A árdua campanha custou muito dinheiro e muitas vidas de ambos os lados. Sem condições da guerra continuar, o rei de Pirs e líder dos exércitos ilirianos se reuniu com o embaixador Accipiter para negociar a paz. Entretanto, para Draner o fim do confronto só aconteceria após a conquista iliriana. Sem opção, os ilirianos se renderam com a promessa de que suas tradições e terras seriam respeitadas. O pacto se cumpriu, mas a sede por sangue do imperador continuou.

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   Após voltar para Rivos, o imperador perseguiu aqueles que lhe fizeram oposição durante a guerra. Vários nobres e plebeus foram mortos, nem mulheres e crianças escapavam de sua fúria. Para justificar essas matanças, Draner sempre dizia: "Minhas perdas abriram meus olhos. Esse mundo de dor e amargura não merece um governante bom e gentil; mas sim, alguém impiedoso e cruel para domá-lo." Durante os cinco anos que permaneceu na Terra do Fogo Draner se livrou de todos os seus opositores, exceto um, este não podia ser tocado, e seria o mesmo que acabaria com seu reinado. Durante uma viagem a Tlarat, "O Cavaleiro Dragão" e sua comitiva de fiéis soldados sofreram uma emboscada. Draner acabou morto, assim como seus defensores. O reinado de Draner Accipiter acabara para o bem de todos, incluindo os Accipiters. Em seu lugar o jovem príncipe Wilam Accipiter assumiu. Sendo considerado, por muitos, o maior dos dezesseis imperadores que já reinaram.

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   O imperador Draner Accipiter governou por quinze anos. Um homem que era visto como o mais bondoso de todos, mas que acabou por se tornar o mais cruel. Sua vitória em Iliria garantiu aos Accipiters uma das regiões mais prósperas e com um dos melhores exércitos sob seu comando. Durante seu reinado milhares de inocentes foram mortos, uma marca que seu sucessor tentaria apagar de todas as formas.