

Sutrios
Os sutrios originaram-se da parte leste do continente. O nome da tribo, na língua local, significa guerreiro da floresta. Esse povo surgiu na Era dos Deuses por Sut, um guerreiro da região, que fundou junto a seus companheiros um pequeno forte que ficaria conhecido como Comban e, posteriormente, se tornaria a capital do reino. Embora Sut tenha criado essa pequena localidade, o guerreiro preferia viajar pela região atrás de aventuras. Durante muitos anos ele enfrentou criaturas lendárias e lutadores de renome fazendo sua fama se espalhar. O momento decisivo da vida de Sut aconteceu quando ele enfrentou o Gorila de Bim, um animal tão forte e grande que era considerado uma das criações de Bim, o deus da morte e do fogo na região. A luta acabou com a vitória de Sut que depois desse feito sobre-humano foi considerado filho de Banum, deus da vida e das águas na região. Após esse acontecimento centenas de pessoas foram até Comban levar oferendas e prestar homenagens a Sut que se auto proclamou senhor daquelas terras iniciando assim o Reino de Sut.
O novo país não era propriamente um reino expansionista, mas dava muito valor a seus guerreiros. Desde pequenos estes eram ensinados sobre as batalhas de Sut e desejavam se tornar iguais a seu líder, assim muitos partiam para longe de Comban para provar seu valor. Dessa forma a fama dos guerreiros sutrios cresceu rapidamente e fez destes uma grande força militar que constantemente servia como mercenários para outros povos. Os sutrios viveram seu apogeu no fim da Era dos Deuses e se tornaram uma das tribos mais fortes das áreas das florestas, até a chegada dos roharis. Os roharis em sua campanha pela unificação das Terras do Sol enfrentaram e derrotaram os sutrios após uma longa e sangrenta batalha. Derrotados e humilhados, os sutrios foram forçados a servir os conquistadores durante centenas de anos, muitas vezes como guarda dos reis roharis e da família real. O momento da vingança dos sutrios só viria com a derrota rohari em Dascre, quando estes estavam enfraquecidos. O líder dos sutrios percebeu que essa era a chance que precisava e começou uma guerra que culminaria na independência de seu reino. Entretanto, mesmo após a libertação, os sutrios desejavam mais e assim se aliaram com os sinfios para aniquilar os roharis. Durante séculos eles lutaram até a capital de seu maior inimigo fosse conquistada. Os longos anos de guerra acabaram por construir uma forte ligação entre sinfios e sutrios, estes passaram a servir como parte da guarde de elite do líder dos sinfios, mas desta vez o faziam por querer. Mesmo nos momentos mais difíceis do Reino de Sinfia, os sutrios se mantiveram fiéis e ajudaram a manter a parte leste do continente sob o controle de seus aliados.
O Reino de Sut nunca se tornou um dos lugares mais ricos das Terras do Sol, mas produziu alguns dos maiores guerreiros da área das florestas, todos sonhando em se igualar a Sut. Os líderes do reino eram os guerreiros mais fortes dentre os sutrios e possuíam autoridade total sobre a vida de seus súditos. As mulheres também podiam se tornar guerreiras e líderes da tribo, embora seu papel estivesse mais vinculado a administração e comércio. Por lutarem como mercenários para muitos povos, os sutrios são uma das sociedades que mais adquirem escravos, servindo como forma de pagamento pelos serviços. Os escravos são forçados a trabalhar nos campos, em minas e nas confecções de armas, mas podem conseguir sua liberdade se derrotarem um guerreiro sutrio em combate justo. Após sua morte, Sut foi ungido como deus da guerra no panteão sutrio e tornou-se a divindade mais louvada de todos os deuses, constantemente recebendo oferendas de carne e sangue.
Os sutrios podem ser conhecidos em toda a Terra do Sol, entretanto, esta fama não importa para esse povo. Apenas o reconhecimento entre seus compatriotas interessa aos sutrios. A lealdade é outra das grandes características sutrias. Fiéis a seus aliados até a morte, esse povo seguirá o caminho que acha certo e justo sem se importar com o que outros reinos pensem.