Era dos Dragões
Após a queda das Quatro Cidades, os reinos se fragmentaram em pequenos feudos, uns mais fortes que outros, mas nada que lembrasse as antigas monarquias da Era dos Reis. Os dragões viviam livres por Dascre, destruíam cidades a seu bel-prazer, enfrentavam seus semelhantes para provar sua força e poder ou em busca de vingança por antigos companheiros caídos.
Depois de séculos, desde sua revolta, os dragões se tornavam uma espécie cada vez mais rara. Por não terem a capacidade reprodutiva, seus números só diminuíam, enquanto os dascreanos voltavam a crescer e prosperar. Grandes centros de comando nasciam, como Rivos, na Terra do Fogo e Kodne, no Norte. Potências estrangeiras, como os sinfios, invadiam Dascre novamente, tomando terras da região Diamantina até Candes. As feras, antes absolutas, começavam a sofrer com o aumento no número dos homens e suas novas armas, expulsando-as de seus domínios. Entretanto, Fobras, um dragão de fogo, não estava pronto a aceitar a derrota. Contrariando tudo que os dragões acreditavam, a fera se uniu aos humanos e fez um pacto com à casa Accipiter. Em troca de lhes conceder poder e sua força, a criatura exigiu duas coisas, que seus aliados o ajudassem a matar os outros dragões e dessem a ele proteção contra outros humanos. Com a aliança formada, os Accipiters começaram a dominar Dascre. Reino a reino caía sob seu poder. Até os sinfios, que na época viviam seu auge, foram derrotados e forçados a abandonar Dascre para sempre frente ao poder do dragão e humanos unidos. Os dragões eram caçados pelos novos aliados de Fobras, que exercia forte influência sobre os vários imperadores Accipiters. Após dois séculos, desde o início do que ficaria conhecido como Guerras de Unificação, os Accipiters se tornaram a família mais forte de Dascre e conquistaram todo o continente. Mesmo com perdas que ficariam marcadas para sempre na história e passando por momentos em que a dinastia parecia ruir, seu poder se tornou absoluto, e os imperadores dominariam desde então.
O sonho do “Primeiro Rei” de uma Dascre unida e forte finalmente se concretizava sob a espada e a bandeira dos Accipiters. Dascre viveria um novo período de desenvolvimento, riqueza, medo e guerra. Os dragões, grandes criaturas que podiam destruir cidades, seriam uma memória do passado, e davam lugar a novas feras, mais fortes que qualquer outra.