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Fé dos Filhos do Mar

   A Fé dos Filhos do Mar nasceu na Era dos Reis, quando Torlin Eder unificou as Ilhas da Chuva sob sua coroa. Nesse momento, a Fé dos Filhos do Mar ganhava cada vez mais adeptos entre a plebe, o que atraiu o interesse do monarca que desejava unificar os ilhéus sob uma única bandeira e fé. O soberano e sua família se converteram à nova religião, assim como muitos nobres próximos à coroa, desta forma acentuou sua importância. Através da ajuda de Torlin com perseguições a outras crenças e concessões de terras, os Filhos do Mar cresceram rapidamente, o que deu ao rei um povo, um reino e uma religião que se entrelaçavam. Mesmo após a tomada das Ilhas da Chuva pelos Accipiters, que seguiam outra crença, os ilhéus permaneceram fiéis aos seus princípios religiosos. Como proferido pelo povo local, “para ser um ilhéu deve-se seguir a Fé dos Filhos do Mar, e para seguir a Fé dos Filhos do Mar deve ser um ilhéu.”

   Os Filhos do Mar é uma religião praticada, quase totalmente, nas Ilhas da Chuva, onde nasceu. Seus fiéis acreditam que os mares são controlados pelo deus Maroc, protetor do arquipélago e pai dos ilhéus. As terras dessas ilhas são reduto de Teras, a mulher do deus dos mares e aquela que garante a sobrevivência dos ilhéus. Essas duas entidades são os únicos ídolos da Fé dos Filhos do Mar, além das sereias que não são consideradas deusas, mas criaturas místicas que protegem e guardam o reino das divindades, salvam náufragos e guiam navios que se perdem. Ao morrerem, os ilhéus são colocados em um caixão de madeira, que representa a terra, e jogados no oceano para regressarem ao corpo de seu pai, para assim ajudá-lo a proteger as Ilhas da Chuva.

   De acordo com as escrituras sagradas da religião, o nascimento de Maroc e Teras remonta a uma época em que o mundo era apenas uma terra sombria e vazia, governada por uma triste criatura. Esse ser solitário, cansado do horrível mundo em que vivia, criou duas divindades para que a vida brotasse naquele lugar. De seu sangue nasceu Maroc e de sua mão direita surgiu Teras. O rei solitário pediu a suas criações que modelassem o mundo e o enchessem de vida. As duas divindades, durante um longo tempo, construíram continentes e fizeram oceanos, dando vida ao mundo. Por fim, Maroc e Teras se apaixonaram e de seu amor surgiram os humanos que, aos poucos, ocupavam a terra. A criatura triste ficou encantado com o que suas criações eram capazes de fazer e maravilhado com aquela bela imagem decidiu que os dois governariam o mundo criado. Assim, a triste figura deu a maior parte de seus poderes para os dois e começou uma longa caminhada por diferentes lugares, sempre encantado com o que via. Desta forma, Maroc e Teras se tornaram senhores do mundo.    

      Os sacerdotes da Fé dos Filhos do Mar são chamados de pefora. Para se tornar um deles é necessário o cumprimento de um ritual sagrado: beber água do mar, para receber o consentimento de Maroc para representá-lo, e comer terra para que Teras o consagre. Após isso, o religioso deverá seguir os preceitos da fé e poderá pregar os mandamentos da religião. Dentre eles, os peforas deverão uma vez por ano conceder oferendas a Maroc, como alimentos e tesouros que devem ser jogados ao mar. Oferecer ritos funerários gratuitos para qualquer indivíduo e cuidar de doentes e feridos até estes melhorarem. Os peforas também são responsáveis pela propagação da palavra divina, seus ensinamentos e organização das festas e cerimônias religiosas, além de administrar propriedades do culto, desde fazendas a hospitais. Diferentes dos peforas que têm diversas obrigações e regras a cumprir, os seguidores dessa religião não possuem tantas restrições a seu modo de vida, algumas de suas poucas obrigações é auxiliar os peforas quando pedem e honrar as figuras e domínios de Maroc e Teras.

     A hierarquia da religião não é muito bem definida, seus membros podem exercer diferentes funções durante suas vidas, desde da administração de propriedades até a peregrinação para espalhar as sagradas escrituras. A única figura central que os peforas devem respeitar e seguir, sem, entretanto, violar as sagradas escrituras é o rei das Ilhas da Chuva que pode ordenar aos religiosos onde e como eles devem atuar.

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