Fé dos Homens
A Fé dos Homens data do início da Era dos Dragões e foi concebida pelos Accipiters em um momento de grande descrença com as antigas divindades acusadas de abandonarem os homens que acabavam mortos pelos dragões. O novo credo se espalhou, aos poucos, até o início das Guerras de Unificação, quando os conquistadores obrigavam os vencidos a adorarem seus deuses. Embora alguns povos tenham resistido a esse modelo e mantido seus credos, a maioria dos habitantes do continente aceitou as novas divindades de livre vontade.
Os deuses da Fé dos Homens são antigos humanos que, devido a grandes feitos durante suas vidas, se tornaram divindades. Viveram entre as Eras dos Guerreiros e dos Reis. O principal entre eles é Loxos, “Deus da Construção e do Raciocínio”, líder das demais divindades. Loxos era um antigo rei da Terra do Fogo, na Era dos Reis, que comandou uma das maiores e mais prósperas cidades de Dascre até falecer em combate, enquanto seus comandados fugiam da batalha. Durante seu reinado, sempre buscou o melhor para todo o povo, não apenas para um segmento, criou um próspero reino e tornou-se símbolo do que um monarca deve ser. A deusa Tinara é a “Senhora dos Mortos e das Famílias". Era uma sacerdotisa da região de Iliria, que viveu na Era dos Guerreiros. Ela abandonou seu credo e fugiu para longe após testemunhar uma série de sacrifícios humanos oferecidos às divindades. Entretanto, tomada pela culpa e remorso, regressou à sua terra para entregar a própria existência em troca da vida dos seus conterrâneos. O terceiro é Manedom, “Regente dos Mares e da Cura”, um navegador ilhéu que viveu na Era dos Reis. Conhecido por ter sido o primeiro a navegar pelos mares de Dascre e mapeá-los. Ele também oferecia, nos portos em que parava durante suas viagens, cuidados médicos a quem precisasse, sem se importar quantos fossem. Seu fim se deu no Mar dos Bravos após uma gigantesca tempestade que destruiu seu navio. Entretanto, algumas pessoas dizem já ter visto a embarcação por aquelas águas salvando náufragos e navios perdidos. A quarta divindade é Dinora, “Senhora das Florestas e Montanhas”. Nascida na Era dos Guerreiros, em Mountrum. Era conhecida por guiar viajantes pelas florestas e montanhas da região. Ela também serviu, como comandante, no exército do “Primeiro Rei” e foi responsável por várias derrotas dos roharis. Após a vitória contra os invasores, recusou tesouros e títulos de nobreza em troca do comando de outros exércitos, em prol de continuar seu trabalho guiando os viajantes. A última divindade é Bartial, “Senhor das Guerras”, um guerreiro nascido na Era dos Guerreiros, na região Diamantina. Ele lutou pela família Rolios durante toda sua vida, honrou o juramento de seu pai que prometera seguir Catius Rolios e seus descendentes para sempre. Lendas contam que ele venceu mais de mil duelos e dezenas de batalhas. Seu fim se deu após a captura de Cindrios Rolios por tropas inimigas. O fiel cavaleiro se incumbiu de livrar o nobre da prisão. Após atingir seu objetivo, Bartial acabou morto devido aos vários ferimentos.
A Fé dos Homens não se configura como uma religião tradicional, mas sim um pensamento filosófico que busca o aperfeiçoamento humano, embora também tenha regras e ideias de religiões antigas. A admiração e a devoção das figuras divinas são iguais a qualquer outro credo, com templos e lugares sagrados para sua adoração. Além disso, a Fé dos Homens possui regras bem definidas, como honrar a família, rezar no templo ou em local sagrado uma vez por mês, não reconhecer outras religiões e participar das cerimônias nos cinco dias sagrados. Seus descumprimentos não acarretam grandes consequências, já que todos os mortos irão descansar ao lado de Tinara, desde que reconheçam os deuses e se arrependam de seus erros e crimes em vida. Entretanto, caso não o façam passarão a eternidade presos a seus corpos.
Esta religião possui um sistema hierárquico muito bem definido e estruturado, com uma liderança central e outros diversos subordinados abaixo divididos em vários segmentos. A fé possui diversas funções para seus incontáveis sacerdotes, desde a administração de templos até o comando de forças militares do credo. Além disso, é dever sagrado dos sacerdotes contar a história das figuras divinas e educar os jovens para que sigam os princípios da religião e honrem os deuses.