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Fé dos Senhores do Sol

   A Fé dos Senhores do Sol é seguida principalmente nas Terras do Sol, embora também tenha adeptos em antigas colônias do Reino de Sinfia, como a região de Lemar, a Baía do Sol na Terra das Montanhas, a Ilha de Cílica e a cidade de Ecarne. Em Dascre, seu culto é permitido pelas autoridades, entretanto não são raras as perseguições a seus seguidores, devido a rivalidade entre dascreanos e os descendentes de sinfios. Nas Terras do Sol, a religião é estreitamente ligada a família real, sendo o Fathari do Reino de Sinfia considerado um filho do deus Matur, Senhor do Sol e pai de todos os deuses. O principal representante da religião é conhecido como Hatafri e deve ser sempre o segundo filho ou filha do Fathari. O Hatafri, junto a outros seis sacerdotes, que simbolizam os principais ídolos da fé aconselham o Fathari sobre os desejos dos deuses e como o líder deve governar seu reino.

    A Fé dos Senhores do Sol remonta à Era dos Deuses, a primeira das Terras do Sol. Ela se originou da tribo rohari, mas foi com os sinfios que ela se espalhou com maior força, principalmente, após a vitória do Reino de Sinfia sobre os roharis, levando a nova potência a difundir sua religião e cultura por grande parte do continente. Através de perseguições e alianças políticas os sinfios fizeram de seus deuses os mais cultuados em todas as Terras do Sol, embora outras crenças também sejam seguidas.

  A religião dos Senhores do Sol é composta por sete deuses principais e centenas de divindades menores, já que cada Fathari é considerado um deus em corpo humano e quando morre assume seu lugar no panteão. O principal ídolo é Matur, “Senhor do Sol e da Vida”. Matur foi a primeira divindade a nascer, surgindo de uma chama que cobria tudo. O deus dominou o fogo e o prendeu criando o sol e construindo um palácio. Entretanto, Matur desejava governar mais que aquele reino de chamas e através de seu sangue deu origem às outras divindades. Seus primogênitos foram Adeto, “Senhor dos Desertos”, e Sifer, “A Rainha das Águas”, que lhe ajudaram a criar um grande reino, moldando-o a sua vontade. Após sua obra estar finalizada, os dois irmãos se casaram para reger o novo mundo, enquanto Matur os observava de seu palácio de chamas. O terceiro filho a nascer de seu sangue foi Seraph, “Mestre da Construção, da Cura e da Agricultura”, que ajudou seu pai a criar a humanidade moldando os humanos a sua imagem. Para cuidar da criação do homem, nasceram o casal Rajazhar, “Patrono da Guerra”, e sua esposa Toha, “Senhora da Família”, que deveriam guiar os homens. O último filho foi Bisurt, “Protetor dos Mortos”, este criou um terceiro mundo que seria seu domínio e deveria cuidar dos mortos, garantindo as boas almas um paraíso para elas descansarem. Aqueles que não seguem as regras da religião ou que a negam tem suas almas aprisionadas a terra vivendo pela eternidade como fantasmas em sofrimento. Os Fathari ao morrerem se juntam a Matur em seu palácio e de acordo com a vontade deste recebem deveres e funções em um dos três planos.

   O credo deve ser seguido por todos de uma forma bem rígida, para irem ao mundo dos mortos. Embora a religião tenha muitos princípios, alguns dos mais importantes são não profanar templos e lugares sagrados; não matar, menos que esteja em uma guerra ou precise defender os lugares sagrados; rezar pelos deuses uma vez por dia; levar oferendas ao templo uma vez por mês, em comida, bebida ou ouro; ler ou ouvir a palavra sagrada uma vez por semana; participar de todas as cerimônias religiosas que honrem aos deuses oferecendo presentes as figuras divinas.

   Os sacerdotes dessa fé possuem uma grande e complexa hierarquia, desde o Hatafri e os seis sacerdotes principais, até ajudantes de templos que possuem como dever limpar os lugares sagrados e servir os sacerdotes comunitários. Embora tenha muitos cargos é possível um ajudante se tornar um dos seis sacerdotes, desde que este exerça suas funções da melhor maneira e sempre honre os deuses.

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